Sindicato dos frentistas | Ribeirão Preto e Região

DISQUE DENÚNCIA

(16) 3611.1968

Faça a sua Denúncia de forma anônima e segura.

Filiados

Notícias

VEJA MAIS NOTÍCIAS

FRENTISTAS TEM FORTE PERDA VISUAL POR CAUSA DA GASOLINA

Um grupo de 25 trabalhadores de posto de combustível, os populares frentistas, foi examinado por meio de uma nova metodologia capaz de detectar problemas que passam despercebidos em exames oftalmológicos convencionais.

Realizada pela Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa observou perdas visuais significativas - principalmente relacionadas à capacidade de discriminar cores - no grupo avaliado e concluiu que os frentistas estão com a visão em risco pela exposição aos solventes existentes na gasolina.

Os 25 voluntários passaram por exames oftalmológicos que descartaram qualquer alteração estrutural na córnea, no cristalino ou no fundo do olho. Ainda assim, o desempenho dos frentistas nos testes psicofísicos foi significativamente inferior quando comparado ao do grupo controle.

A hipótese dos pesquisadores é que o impacto na visão seja decorrente do dano neurológico causado pelas substâncias tóxicas do combustível, absorvidas principalmente pelas mucosas da boca e do nariz.

Segundo o pesquisador Thiago Leiros Costa, os frentistas “têm contato diário com solventes da gasolina, como benzeno, tolueno e xileno, e não há um controle normativo forte. Não há parâmetros de segurança para a exposição à mistura de substâncias presentes na gasolina e praticamente ninguém faz uso de equipamentos de proteção individual".

Em quatro dos frentistas testados, a perda de sensibilidade para cores foi tão significativa que os pesquisadores precisaram realizar um exame genético para descartar a possibilidade de daltonismo congênito. "Encontramos alterações em todos os testes de visão de cores e de contrastes. Foi uma perda difusa de sensibilidade visual e isso sugere que foram afetados diferentes níveis de processamento do córtex visual", informou Thiago.

O pesquisador destacou ainda outras categorias de trabalhadores que podem sofrer perdas visuais pela exposição crônica a solventes orgânicos, como funcionários da indústria gráfica e de tintas.

Isto porque todos os frentistas voluntários trabalhavam em postos controlados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). “Em princípio, eles deveriam estar de acordo com as normas de segurança. Isso sugere que, atualmente, o trabalho de frentista não é tão seguro quanto o proposto. Se os solventes estão de fato afetando o cérebro, não é apenas a visão que está sendo comprometida", concluiu o pesquisador.